Então a eternidade morreu para a minha alma.O mundo
atraiçoou o meu orgulho.A noite insurgiu-se contra mim.
Não!Não!
Há uma revolta de vinte anos na memória da minha infância.
Confesso o martírio que é para mim,conservar o cheiro aro-
mático de um guardião de incenso.Visitei no hospital leitos de
padres,aparentando com o meu choro um amor monstruoso.
Sonhei perpetuar a diversão de existir vagabundeando no engano da vida.
A minha vida gastou-me!
Orgulho-me de sentir,como tantos outros,o dever de ser
dispensado.Vejo atroar a luz do galope...a oração vagarosa da
ciência conhece-me. Fugirei à recompensa futura da noite?
Ah!devagar,mais devagar!
Nuno Júdice "Obra poética"
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